1 de jul. de 2011

O poder das palavras


“A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto”. (Pv 18.21)

A expressão acima nos foi dada pelo sábio Salomão e nos causa inquietação pelo quanto de verdade está nela contida.

 Não é meu intuito aqui mistificar o uso da palavra, nem tampouco fazer apologia à confissão positiva; mas nos convidar a uma reflexão sobre a forma como nos relacionamos no dia a dia com as pessoas. Não são raras às vezes em que falamos coisas das quais nos arrependeremos mais tarde, assim como, constantemente somos vítimas de palavras que nos ferem.

A palavra precipitada pode causar a ira e esta, por sua vez, pode levar à palavra precipitada e isso se torna um ciclo vicioso. Quanto mais palavras precipitadas, mais ira, quanto mais ira, mais palavras precipitadas. A solução para a quebra desse ciclo vicioso se encontra na Palavra de Deus. Tiago nos convida a estarmos sempre “prontos para ouvir, tardios para falar, tardios para se irar” (Tg 1.19). Mas como temos dificuldade em colocar tal ensino em prática!
E não é para menos, pois o próprio Tiago nos afirma ainda, que nenhum homem pode domar a própria língua (Tg 3.8).

Quantos relacionamentos são quebrados por uma palavra “mal dita”, ou ainda quantas pessoas se veem obrigadas a conviver anos a fio ao lado de alguém carregando o fardo da amargura originado por palavras duras? Com certeza muitos casamentos hoje não estariam passando por crise se as palavras fossem usadas de maneira prudente; muitos filhos não estariam hoje buscando alento nas drogas se tivessem tido em casa um diálogo saudável. E, isso, para falarmos apenas de alguns aspectos familiares, que será então se considerarmos o estrago causado por palavras no âmbito social, profissional e espiritual, afinal, “a palavra branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. (Pv 15.1)

Mas, se a língua é indomável pelo homem, o que fazer então? Davi nos dá uma dica preciosa no Salmo 141 e no versículo 3: “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios”.

É claro que Davi não esperava realmente que Deus o impedisse de dizer aquilo que não deveria; antes, aqui, a oração do salmista reflete o reconhecimento de que a ele (Davi), seria impossível evitar que seus lábios se tornassem instrumento de iniquidade. O que Davi está dizendo a Deus é: - Senhor, eu quero, mas sem a sua ajuda eu não posso evitar que de meus lábios saia coisa impura. E aqui vemos que a causa do problema com as palavras não se encontra apenas na língua, mas sim naquilo que tem motivado nossas palavras.

Jesus disse: “A boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12.34). A questão então se trata não apenas das palavras que proferimos, pois essas são apenas a consequência, mas sim, do que temos em nosso coração, pois esse sim é o causador. A fonte de onde se originam as nossas palavras é o coração e essas denotam como ele está. Não pode ser puro o coração de alguém cuja língua não é limpa.

Temos visto em nossos dias muitos que se autoproclamam seres espirituais, mas que são desmascarados pelas suas próprias palavras. O pastor J. S. Baxter disse certa vez que “uma das primeiras coisas que acontece quando alguém está realmente cheio do Espírito não é falar em línguas, mas, sim, aprender a dominar a língua que já tem”.

Portanto, devemos permitir que a Palavra de Deus trate o nosso coração, e nos empenharmos para que “não saia de nossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Ef 4.29), e assim, nos tornarmos instrumentos d’Aquele que é Senhor em nossas vidas.

Termino essa minha primeira postagem com a oração do salmista Davi: “Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor...” (Sl 19.14), chamo a atenção dos leitores para o vídeo logo abaixo.

Que Deus vos abençoe...

Por Anderson Andujar