27 de fev. de 2012

Bispo Robinson Cavalcanti e o Hino ao Arco

Apresentação12

Não conhecia bem o Bispo Robinson Cavalcanti, não acompanhei de perto sua trajetória, nem tampouco me inteirei das desavenças do blogueiro Júlio Severo acerca do mesmo. Portanto não ouso defender e menos ainda ‘atacar’ suas ideias e postura, pois não teria argumentos suficientes e válidos para isso, quanto mais em um dia duro como esse para toda a sua família, amigos, admiradores e aqueles que de uma forma ou de outra foram por ele abençoados e influenciados. Dito isto não posso tomar partido pelo Bispo, pois como já coloquei, não o conhecia.

Agora uma coisa terrível eu observei durante esse dia, o aparente regozijo de Júlio Severo com tal perda. Pesquisando um pouco e lendo diversos comentários prós e contras o Bispo Robinson, pude ver que o blogueiro mencionado não era lá muito seu fã e ouso dizer que o mesmo o tinha como inimigo.

Colocadas essas questões, gostaria de convidar o leitor a uma análise, ainda que rasa, de um texto bíblico que retrata a perda (morte) de um ‘inimigo’ de Davi. É nítido em toda a Escritura o ódio que Saul nutria pelo futuro rei, ainda que esse por diversas vezes tivesse gerado oportunidades de reconciliação. O que quero chamar sua atenção é para o hino conhecido como o Hino ao Arco e que encontra-se no primeiro capítulo de 2 Samuel e que está reproduzido logo abaixo. Nele aprendemos como devemos nos reportar aos soldados do Senhor quando esses se vão, ainda que os consideremos inimigos e tenhamos um milhão de motivos para nos regozijarmos com tal, assim como Davi. Observem…


17  Pranteou Davi a Saul e a Jônatas, seu filho, com esta lamentação,

* Notem bem, “pranteou” e não regozijou-se.

18  determinando que fosse ensinado aos filhos de Judá o Hino ao Arco, o qual está escrito no Livro dos Justos.

19  A tua glória, ó Israel, foi morta sobre os teus altos! Como caíram os valentes!

* Para Davi, Israel perdeu um “valente” nesse dia.

20  Não o noticieis em Gate, nem o publiqueis nas ruas de Asquelom, para que não se alegrem as filhas dos filisteus, nem saltem de contentamento as filhas dos incircuncisos.

* Davi afirma que a notícia da morte deveria ser abafada, a fim de que os filisteus, esses sim, inimigos de Israel não se alegrassem. Para que o inimigo (e o nosso não é carne e sangue, Ef 6.12) não fizesse festa.

21  Montes de Gilboa, não caia sobre vós nem orvalho, nem chuva, nem haja aí campos que produzam ofertas, pois neles foi profanado o escudo dos valentes, o escudo de Saul, que jamais será ungido com óleo.

22  Sem sangue dos feridos, sem gordura dos valentes, nunca se recolheu o arco de Jônatas, nem voltou vazia a espada de Saul.

* Saul tinha seus defeitos, como todo ser humano tem, mas Davi conseguia ver nele qualidades também, “nunca… voltou vazia a espada de Saul”.

23  Saul e Jônatas, queridos e amáveis, tanto na vida como na morte não se separaram! Eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões.

24  Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de rica escarlata, que vos punha sobre os vestidos adornos de ouro.

* Esse sim deve ser o sentimento de um verdadeiro cristão, face a tragédias como essa que acometeu-se sobre a casa do Bispo.

25  Como caíram os valentes no meio da peleja! Jônatas sobre os montes foi morto!

26  Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres.

27  Como caíram os valentes, e pereceram as armas de guerra!” (2 Samuel 1:17-27 RA)

*** Os grifos são meus.


Independente das diferenças que possam ter marcado a trajetória do Bispo Robinson Cavalcanti e de Júlio Severo, acredito piamente que a postura de Davi, que volto a repetir tinha um milhão de motivos para estar fazendo folguedo com a morte de Saul, é a postura correta a seguirmos. Francamente esperava uma atitude mais nobre de alguém que se auto-intitula defensor da família.

Termino colocando aqui as palavras do Pastor Naamã Mendes acerca de Robinson Cavalcanti, que considero, essas sim, nobres como as de Davi:

““A vida peregrina das pessoas é alternada de oásis e de desertos. Jesus não foi para o deserto por conta própria, nem foi algo ao sabor das circunstâncias, mas para ali foi levado pelo próprio Espírito Santo. Necessitamos de oásis para não perecer. Necessitamos de desertos para amadurecer. Em ambos podemos receber recados de Deus” frase de Robinson Cavalcanti  nosso mestre, professor , profeta , pastor,  dos mais significativos no mundo evangélico. Creio não ter ninguém entre os  pastores de nossa geração que não tenha sido por ele  influenciado para pregar o evangelho  com clareza e inteligência . A morte trágica do Bispo Robinson Cavalcanti nos leva a um silenciar diante da soberania de Deus, a uma profunda gratidão diante do Senhor por sua  vida e ministério.”

Por Anderson Andujar.

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